quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Festa da Imaculada Conceição.


Faça-se em mim segundo a tua Palavra!”.(Cf. Lc 1,37)
A Solenidade da Imaculada Conceição se celebra no “coração” do Advento. O tempo do Advento é o tempo de Maria por excelência, mais do que qualquer outro tempo litúrgico, pois é nele que a vemos em mais íntima relação com seu Filho.
O amor de Mãe é, sem dúvida alguma, o mais forte, o mais pleno modo de se relacionar, de “ser para”(esse ad).
É o amor que gesta, gera, nutre e cuida. Maria, desde o início da criação, é Aquela que foi “concebida”, no projeto de Deus, para realizar esta missão de amor, missão paradigmática para todas as mães, de todas as épocas e idades. Maria é plenamente Mãe porque é a nova Eva, a mãe de todos os que estão vivos. Aquela que se encontra unida ao Filho de Deus “por vínculo estreito e indissolúvel”(Cf. LG 53) e, por isso mesmo, sem o pecado original.
Se o Senhor veio no primeiro Natal, por meio de Maria, o mesmo Senhor vem, ainda hoje, nos nossos natais litúrgicos, também através d’Ela. Em Maria, se cumpre, então, o mistério do Advento. Ela é a aurora que precede, que anuncia, que traz em seu seio o Dia Novo que está para surgir.
Assim como na aurora se projeta a luz do Sol, de onde surge a vida, assim também, em Maria Imaculada, se reflete o poder da Redenção, do Sol da Justiça, do Salvador que está para vir. A Solenidade da Imaculada Conceição, no tempo do Advento, constitui desta forma, a mais profunda preparação para o Natal.
Maria nos mostra, pela vinda do Verbo a seu corpo, através de sua humildade radical, como nós, seus filhos, podemos também nos tornar sinais desta presença, deste amor, desta misericórdia infinita de Deus, em nossas ações. O Verbo Eterno pode também estar vivo dentro de nós, pela graça. Somos habitados por Deus. Maria nos ensina ainda como devemos ser quando hospedamos, pela graça, o Filho de Deus em nós.
A primeira resposta de Maria ao dom da maternidade divina foi sair de si mesma e servir. Ela vai logo ver sua prima Isabel que  está esperando um bebê e precisa de ajuda. Ela foi socorrer alguém em necessidade, não com palavras bonitas, mas com ações, com atos concretos de ajuda, de serviço, de amor. Maria nos ensina, pois, que fazer a vontade de Deus e não a nossa, é viver o nosso agora histórico na forma mais prática e simples possível, em extrema doação. Deus se nos manifesta sem que façamos nada de espetacular.
Quanto mais nos doamos mais recebemos. Se formos transformados pela vinda do Filho de Deus, todos, em torno de nós, também o serão.
Que como Maria, nesta Sua Solenidade da Imaculada Conceição, em pleno Advento, possamos também nós exclamar:
“Non volumptas mea, sed Tua, Fiat!”
“Seja feita a Tua Vontade”.
E, assim, o Fiat de Maria na Encarnação e o nosso se unem ao FIAT de Jesus na Cruz, em uma só oração, em uma só ação. Eis o sentido pleno da Liturgia do dia 08 de Dezembro!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora – MG

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